02 junho 2006

AS AVENTURAS DE CAMÕES


Pouco se sabe sobre a vida de Camões. Ninguém tem muitas certezas sobre o sítio onde nasceu ou mesmo o ano certo do seu aniversário.
Como não foi reconhecido enquanto era vivo, pouco se conhece sobre ele. Do pouco que se descobriu, uma coisa é certa: foi um grande aventureiro!
Pensa-se que nasceu ou em Lisboa ou em Coimbra entre 1524 e 1525. Não tinha muito dinheiro e por isso viveu com um tio em Coimbra, onde estudou humanidades: a nossa Língua, Literatura e História.
Parece que foi um pequeno poeta na corte de Dom João III, mas era incapaz de estar parado, além de ser um grande namoradeiro! Nenhuma miúda escapava aos seus olhares e «conversa»...
Em 1549 partiu para Ceuta (África) em busca de aventura e juntou-se ao exército na luta contra os Mouros!
Sabias que foi durante uma grande batalha que perdeu o seu olho direito? Por isso o vemos retratado com uma pala, como os piratas...
De volta a Portugal, esteve preso durante um ano (1552) por estar sempre a arranjar confusões e a meter-se em lutas.
Como não conseguia estar parado, no ano seguinte voltou ao serviço militar e embarcou para o Oriente em busca de mais lutas e aventuras.
Esteve em várias expedições de busca e diz-se que em Macau foi provedor de defuntos e ausentes.
Um trabalho demasiado parado para si. Depois de ser demitido do cargo embarcou para Goa.
Foi aqui que se deu o episódio mais conhecido da sua vida: um naufrágio que matou toda a tripulação.
Diz a lenda que nesse naufrágio morreu Dinamene, a companheira oriental do poeta, enquanto Camões se salvava a nado juntamente com os manuscritos de "Os Lusíadas".
É essa a imagem que temos dele: a nadar com um braço no ar a segurar "Os Lusíadas", que tinha começado a escrever, e a chegar até uma gruta onde continuou a escrevê-los.
Viveu em Goa até 1967 e nesse ano partiu num navio de volta a Portugal. Fez uma escala em Moçambique onde viveu por alguns anos às custas dos favores de uns poucos amigos.
Naturalmente ia sempre escrevendo e namorando...
Foi encontrado por Diogo do Couto, um admirador, e retornou a Lisboa por volta de 1569.
Data dessa época a imagem que hoje temos: um poeta pobre, exilado, saudoso da sua terra.
Dois anos mais tarde publicou "Os Lusíadas", um livro que cantava os feitos dos portugueses, dedicado ao Rei D. Sebastião, que desapareceu em Alcácer Quibir.
Durante 3 anos viveu com uma pensão real no valor de 15 000 réis anuais (= 15 escudos, na moeda de hoje ou 7 cêntimos de €uro).
Depois voltou à miséria e morreu num hospital a 10 de Junho de 1580. Por coincidência nesse mesmo ano, Portugal perde a sua autonomia política em favor da Espanha.
Em carta a Dom Francisco de Almeida, o poeta refere esse momento: "...acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha pátria que não me contentei em morrer nela, mas com ela."

In: http://www.junior.te.pt/servlets/Rua?P=FamososEscrita&ID=900