02 junho 2006

MAUS - TRATOS INFANTIS


Até agora, quando se falava de maus-tratos infantis, reconhecia-se apenas os maus-tratos físicos.
Actualmente, define-se como “toda a acção, omissão ou trato negligente, não acidental, que prive a criança dos seus direitos, bem-estar ou que ameacem e/ou interfiram com o seu desenvolvimento físico, psíquico ou social harmonioso, cujos, autores podem ser pessoas (familiares ou não), instituições ou a própria sociedade”.
Portugal, segundo, um relatório da UNICEF, é o país que tem maior taxa de mortalidade por maus-tratos e negligência dos países desenvolvidos.
Os efeitos adversos dos maus-tratos infantis não se limitam às suas relações familiares: negligência, abuso físico e abuso emocional conduzem ao desenvolvimento social e interpessoal deficitário da criança e são responsáveis por diversos problemas de comportamento assim como pelas dificuldades relacionais que se observam no relacionamento da criança com os outros, crianças e adultos.
A sociedade choca-se com os casos de violência infantil mas passado pouco tempo, tudo parece cair no esquecimento.
Chegamos, assim, à conclusão que, muitas vezes, a lei não consegue defender estas crianças dos maus-tratos físicos e psicológicos de que são vitimas.

Sinais de alarme

Na criança:
Sinais físicos repetidos;
Criança suja, roupa inadequada, etc.
Cansaço ou apatia permanente;
Comportamentos agressivos e/ou acessos de cólera graves e persistentes;
Relações hostis e distantes;
Estado de alerta, receio;
Conduta sexual explicita, jogos e conhecimentos inapropriados para a sua idade;
Evita estar em casa;
Tem poucos amigos na escola;
Pouco interesse e motivação pelas tarefas escolares;
Dores frequentes sem causa aparente;
Problemas alimentares (por defeito por excesso);
Falta às aulas reiteradamente e sem justificação;
Atraso no desenvolvimento físico, emocional e intelectual;
Comportamentos anti-sociais;
Tentativa de suicídio e sintomatologia depressiva;
Regressão do comportamento;
Relações secretas, reservadas e exclusivas entre a criança e o adulto;
Falta de cuidados médicos básicos.
(González, P.)

Eliana Neves